Onde Me Encaixo?

Já andava há uns tempos a dizer que precisava de falar contigo e ontem ganhei finalmente coragem para falar sobre o que estava a ocupar-me a cabeça. Acho que não estavas à espera que eu fosse dizer aquilo que ouviste, acho que te apanhei assim um bocado de surpresa, percebi isso pela tua reação, percebi logo que não estavas à espera que fosse dizer aquilo que disse. Quando tentei perceber o porquê de me teres dito terminada coisa há uns tempos reparei que não sabias muito bem o quê é que havias de dizer-me e para não me magoar ou para não ficar triste começaste a inventar algumas desculpas. Começaste a dizer que não sabias explicar aquilo que sentias, que nunca tinhas usado muito aquela palavra, que nunca tinhas sido muito de dizer aquilo que sentes, que sentias por mim aquilo que eu gostava que sentisses, no entanto, que não o sabias explicar por palavras. Disseste que nunca tiveste muito jeito com as palavras e muito menos usá-las para explicar os teus sentimentos. Disseste-me que aquilo que disseste foi sentido, que foi verdadeiro e que se pronunciaste determinada palavra foi porque o sentiste mesmo. No decorrer da conversa disseste essa palavra uma ou duas vezes enquanto utilizaste a outra palavra durante toda a conversa e sim, eu aceito essa palavra, fico contente que sintas aquilo que essa palavra quer dizer, contudo, eu quero muito mais. Acho que tens de pensar muito bem naquilo que queres e também muito bem naquilo que sentes para que me possas explicar como é que as coisas são na verdade, para que eu saiba onde é que me encaixo realmente.