quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Está na Hora


Acordo e já não me sinto tua,
saio de casa e vou até à rua.
Observo os casais de namorados,
noto que estamos cansados.
Estás cansado de estar comigo,
eu farta estou de estar contigo.
Dois idosos parecem felizes,
nós sentimo-nos infelizes.
Nunca me deste uma flor,
só me trouxeste dor.
Volto a casa e estás acordado,
olho para ti e estás assustado.
Sabes que não me quero destruir,
vais mesmo ter de ir.
Eu não quero ver-te mais,
isto para mim é demais.
Está na hora de seguir em frente,
como se tivesse o coração dormente.
Espero encontrar a felicidade,
quando de ti já não tiver saudade.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Ódio ou Amor?

Odeio-te, odeio-te e odeio-te. Quero tirar-te da minha cabeça a toda a força e não quero lembrar-me nunca mais de que comecei sequer a gostar de ti. Nunca pensei que fosse possível odiar tanto uma pessoa que já amei, mas tu mostraste-me que é possível. Bem, na realidade nada é impossível. Se algum dia voltar a ouvir o teu nome farei de conta que nunca o ouvi, que nunca te cruzaste comigo nesta vida e que jamais te amei. Falei-te de todos os meus medos e inseguranças e tu prometeste-me vezes e vezes sem conta que não me farias o mesmo que os outros fizeram, no entanto, acabaste por fazer isso e muito pior. Ainda me lembro daquele dia à noite em que eu estava a falar-te sobre o medo que tinha de te perder, tu ficaste apenas a ouvir-me com toda a atenção do mundo e quando eu acabei de falar tu disseste-me que jamais me irias trair ou deixar. Naquele dia acreditei nas tuas palavras, mas hoje arrependo-me imenso de o ter feito. O erro foi meu, eu nunca deveria ter confiado em ti. Existem muitas coisas que não percebo, contudo, também já me cansei de tentar perceber, agora tento evitar pensar nessas coisas. Odeio-te tanto, tu nem tens noção do ódio que sinto por ti. Ontem sonhei contigo e quando acordei só me apeteceu chorar. Quero e preciso de te tirar do meu pensamento, no entanto, não consigo fazê-lo. Uma pessoa que escreve sobre outra não a deve odiar assim tanto caso contrário não passaria a vida a lembrar-se dela e muito menos a escrever sobre ela, por isso, talvez, mas só mesmo talvez ainda te ame. Não sei, estou só a pensar...
Não posso dizer-te se ainda te amo ou se afinal te odeio mesmo porque cabe-te a ti descobrir aquilo que eu realmente sinto. Se quiseres saber se ainda te amo vem falar comigo...
Fico à espera, talvez esteja à espera de alguém que nunca volte, mas ainda aqui estou...

domingo, 25 de agosto de 2019

Sou Forte

Se à uns meses me dissessem que estaria tão feliz como estou agora eu não acreditaria porque à uns meses atrás estava a passar por uns dos momentos mais difíceis da minha vida. Felizmente pensar em ti já não me deixa triste nem me traz sofrimento, mas sem dúvida que serás sempre uma parte da minha vida. Ensinaste-me algumas coisas e sei que cresci com tudo aquilo que aprendi. Aprendi que não devemos dar tudo de nós a quem não merece, que não devemos confiar totalmente numa pessoa que não conhecemos assim tão bem e, acima de tudo, fizeste-me perceber que eu mereço encontrar alguém muito melhor do que tu para partilhar a minha vida. Nos primeiros primeiros meses fizeste-me sofrer muito, chorava quase todos os dias sozinha no meu quarto, achava que jamais me iria apaixonar por outra pessoa e muito menos que alguém se iria apaixonar por mim, no entanto, estava totalmente enganada. Encontrei uma pessoa que me faz olhar para a vida com outros olhos, que me faz agradecer por todos os outros namoros não terem dado certo porque se dessem nunca teria chegado até ele. É uma das pessoas mais bondosas que conheço e nos tempos de hoje a bondade é coisa rara. Faz-me rir todos os dias, fala comigo durante o dia e à noite fica a aturar-me até altas horas, contudo, apesar de ele ser boa pessoa existe um problema. Eu ainda não consigo confiar nele de olhos fechados como confiei em ti porque sinto que preciso de o conhecer muito mais e de ver como as coisas correm daqui para a frente. Eu sinto que ele merece que confie totalmente nele, mas neste momento ainda não consigo fazê-lo. Sei que o facto de ainda não conseguir confiar nele é uma das sequelas do sofrimento que me causaste e isso revolta-me porque tu próprio me mudaste, mas eu sei que só preciso de mais um pouco de tempo para conseguir ultrapassar isto. Com o tempo irei mostrar-te que sou muito mais forte do que aquilo que tu pensas, disso podes ter a certeza.

sábado, 24 de agosto de 2019

Quando Tu Foste

Os meus tios foram-se hoje embora e custou-me imenso despedir-me deles. Quando os vi a descerem as escadas da casa da minha avó só consegui recordar o momento em que desceste as escadas de minha casa no dia em que te foste embora. O momento em que os meus tios se estavam a ir embora fez-me voltar ao passado, ao dia em que tu também estavas a ir embora. Quando os vi desaparecer ao fundo das escadas voltei para dentro, fui direta à casa de banho, olhei-me ao espelho e vi as lágrimas a escorrerem lentamente pela minha face abaixo. Passado uns minutos voltei para a sala, sentei-me e comecei a ler um livro. A minha mãe veio ter comigo porque reparou logo que se passava alguma coisa e mesmo antes de ela me perguntar algo eu disse logo "ver os tios irem-se embora fez-me lembrar quando ele se foi embora...", a minha mãe olhou para mim e disse "eu percebi logo isso". Na verdade nunca preciso de pronunciar muitas palavras para que a minha mãe perceba aquilo que eu sinto e, por vezes, basta apenas um olhar para que ela me entenda. Sabes, a minha mãe gostava muito de ti, por isso, eu não fui a única pessoa que tu desiludiste.
Fico muito triste que as coisas tenham acabado desta maneira. Foi tudo muito rápido e o problema é que eu ainda não sei porquê que acabaste comigo. Gostava muito de saber porquê que me deixaste, no entanto, também sei que isso é algo que jamais saberei porque nunca mais voltaremos a falar um com o outro e tu és o único que me pode dizer a verdade.
Preciso de proteger o meu coração, por isso, irei tentar tirar-te do meu pensamento e desta vez será para sempre. 

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Magoaste-me Muito

Sinto uma vontade incontrolável de te enviar uma mensagem, mas sei que não o posso fazer porque isso não faria sentido nenhum e também não iria obter uma única resposta. Vejo-te online nas redes sociais e fico triste porque sei que estás a falar com ela e não comigo. Eu sei que é normal, visto que, é a tua namorada, porém sinto falta de falar contigo. Tenho tantas saudades de poder ler as tuas mensagens e de ouvir a tua voz. Tenho saudades tuas, tenho muitas saudades tuas, mas depois lembro-me do mal que me fizeste e recordo-me que o melhor foi mesmo teres-me deixado porque se não me deixasses eu iria acabar com a pior pessoa que já veio a este mundo. Acho que estás realmente feliz com a pessoa que tens agora, por isso, muitas felicidades para vós e espero que sejais sempre muito felizes. Sim, quero que sejas feliz independentemente do sofrimento que me causaste porque no fundo ainda te amo. Sinto raiva de mim própria por ainda te conseguir amar mesmo depois de tudo aquilo que me fizeste, mas infelizmente, não consigo parar de te amar. Gostava de deixar de te amar para parar de sofrer, contudo, não consigo. Nunca levaste a sério os meus sentimentos por ti, no entanto, reparei nisso demasiado tarde. Quem me dera ter sabido mais cedo que não me amavas mesmo e ter-te deixado. Teria sido tudo muito mais fácil se tivesse sido eu a deixar-te. Uma coisa é certa, não iria sofrer tanto como estou a sofrer agora.
Tu não mereceste nada daquilo que eu fiz por ti, mas mesmo assim teria feito tudo da mesma forma. Sim, talvez seria a maior otária do mundo em fazer tudo igual, porém só assim é que me iria sentir bem. Não te desejo mal nenhum e se algum dia o desejei foi apenas naqueles momentos em que senti raiva daquilo que me fizeste.
Espero que estejas feliz e que nunca ninguém te parta o coração como tu partiste o meu, de forma cruel, sem dó nem piedade. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

O Guitarrista- Última Parte

Passou-se uma semana e nunca mais tive notícias tuas, até hoje. Tenho andado a trabalhar e o trabalho ocupa-me um pouco a cabeça, no entanto, quando chego a casa e deito a cabeça na almofada é em ti que penso e também acordo contigo no meu pensamento.
Esta semana tem sido horrível. Tenho chorado todos os dias e mesmo sabendo que não me adianta de nada tenho continuado a fazê-lo. Nos primeiros dias ainda te liguei algumas vezes, mas a chamada ia sempre parar à caixa de correio e, então, deixei de insistir.
Hoje vi-te. Ia a sair do trabalho e vi-te de mão dada com uma rapariga que parecia ter mais ou menos a minha idade. Quando te vi fiquei parada no meio da rua a olhar para ti. Tu olhaste para mim e viraste a cara para o chão como se nunca nos tivéssemos conhecido, como se fosse uma completa desconhecida. Pensei em chamar por ti, mas de que me adiantava? Já estavas com outra pessoa e viraste-me a cara daquela maneira para me dares a entender que já me tinhas esquecido e que não querias saber de mim. Tu não querias que eu te chamasse, por isso, eu não o fiz. Vim para casa e agora estou aqui a escrever esta história como se fosse a única maneira de me acalmar e de poder desabafar. Sei que nada disto fará com que voltes para mim, porém sinto que isto é algo que eu preciso de fazer por mim. Agora estou a chorar. Porquê que me deixaste sem me dares uma única explicação? Porquê que disseste que me amavas quando na verdade só te querias aproveitar de mim e da minha bondade? Porquê que fizeste por mim coisas que nunca ninguém fez? Foi apenas para eu acreditar que me amavas mesmo? Porquê que acabaste comigo? Eu ainda não consigo entender o quê que eu fiz para que me deixasses. Porquê que passado uma semana já estavas outra? Uma semana! Não perdeste tempo em arranjar logo outra pessoa...
Eu gastei tempo da minha vida contigo e tu deixaste-me sem sequer pensares nos danos que me podias causar. Deixaste-me literalmente da noite para o dia sem me dizeres nada e desapareceste da minha vida como se nunca tivesses entrado nela. Eu amei-te de verdade e ainda te amo porque ao contrário de ti eu não te esqueci no espaço de uma semana. Sim, estou muito magoada contigo e na realidade nunca ninguém me magoou como tu o fizeste, mas ainda assim continuo a amar-te como também nunca amei ninguém.
Por agora, vou ficar aqui a chorar com a cabeça deitada sobre a almofada e à espera que um dia voltes e me dês todas as respostas de que eu preciso...

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

O Guitarrista- Parte 12

Acordei às dez horas, no entanto, já não estavas na cama. Não fiquei logo preocupada porque pensei que estivesses na casa de banho ou então na cozinha a preparar o pequeno-almoço como já tinhas feito, só fiquei preocupada quando te chamei e não obtive resposta. Levantei-me, procurei-te por toda a casa e nada. Não estavas em lado nenhum, não tinhas deixado um bilhete e também não tinha nenhuma mensagem tua no telemóvel. Liguei-te uma, duas e três vezes e continuava sem saber do teu paradeiro. Sentei-me na cama, fechei os olhos e de repente lembrei-me de uma coisa. No dia anterior tu tinhas estado a falar com o meu amigo da banda e ele tinha-te dito para ires ter com ele hoje, por isso, peguei no telemóvel, procurei o número dele e liguei-lhe. Ele atendeu ao segundo toque, perguntou-me se estava tudo bem e eu respondi-lhe que não. Antes de ele dizer mais alguma coisa eu perguntei-lhe logo se tu tinhas ido ter com ele e a resposta que recebi foi: "ele devia ter vindo ter comigo às nove, porém ainda não apareceu aqui ninguém".
Naquele momento o meu mundo desabou, deixei cair o telemóvel no chão sem sequer desligar a chamada e comecei a chorar compulsivamente.
Voltei a ligar-te mais umas quantas vezes e continuava sem respostas.
Eu já tinha reparado na noite anterior que se passava alguma coisa, no entanto, não quis tocar mais no assunto para não te chatear. Tu não estavas bem e eu devia ter insistido contigo para saber o que se passava, mas não o fiz. Naquele momento, sentada na cama com as lágrimas a escorrerem pela minha face percebi que não ias voltar e senti uma dor enorme no peito.
Mesmo sabendo que não ias voltar ainda tinha um pouco de esperança, por isso, fui tomar um banho rápido, vesti-me e saí de casa. Comecei a caminhar pelas ruas de Lisboa e fiquei bastante desanimada quando cheguei ao sítio onde nos tínhamos conhecido e não te vi lá. Caiu-me a ficha mais uma vez e a esperança que me restava desvaneceu-se por completo. Voltei para casa e passei o dia todo na cama a dormir, ou melhor, a tentar. Só conseguia pensar em ti, na razão pela qual me tinhas abandonado daquela maneira e o porquê de não me teres dito o que se passava. Estava completamente devastada, contudo, senti que ainda te voltaria a ver e passado uma semana isso tornou-se numa certeza. 

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

O Guitarrista- Parte 11

Pegaste na guitarra e começaste a tocar. Á medida que ias tocando iam aparecendo cada vez mais pessoas para te ouvirem e eu fiquei um pouco mais afastada da multidão a ouvir-te maravilhada. Quando já estava a escurecer e mais ninguém te estava a ouvir eu ainda permanecia ali a observar-te como se estivesse a assistir ao concerto mais bonito do mundo. Como já não havia ninguém para além de mim a ouvir-te tocar começaste então a arrumar as coisas e depois fomos para casa.
Mal entramos a porta fomos diretos para o quarto e fizemos amor como se fosse a última vez, mal eu sabia que seria mesmo. Estavas a despedir-te de mim, no entanto, eu não sabia disso e tu também não me disseste a verdade.
Fizemos amor vezes e vezes sem conta enquanto íamos trocando palavras de amor e sentimentos. A forma como as tuas mãos acariciavam o meu cabelo fazia-me sentir calma e adormeci com a cabeça por cima do teu peito.
Acordei por volta das dez da noite e não te vi no quarto. Comecei a ficar assustada, porém ouvi passos na cozinha e fui até lá. Vi-te unicamente com os boxers e o avental e aquela visão deixou-me com imensa vontade de te puxar novamente para o quarto. Aproximei-me de ti e dei-te um beijo. Perguntei-te o quê que estavas a fazer e tu respondeste-me "estou a preparar o jantar, sei que é um pouco tarde para jantarmos, mas já não comemos nada desde a hora do almoço". Olhei para ti, disse "isso é muito querido da tua parte" e dei-te mais um beijo. Perguntei-te se querias ajuda, contudo, tu respondeste-me que não e disseste-me também para me ir sentar no sofá enquanto acabavas de preparar o jantar. Fiz o que me pediste e fui-me sentar a ver um pouco de televisão. Quando vi que o jantar estava quase pronto fui ajudar-te a pôr a mesa e aproveitei para te ir dando uns beijos aqui e acolá de vez em quando.
Começamos a comer e no fim lavamos a louça juntos. Já estávamos muito cansados, por isso, fomos diretamente para a cama. Quando nos deitamos ainda ficamos um bocadinho a conversar sobre aquilo que existia entre nós, mas algo me parecia errado. Perguntei-te se estava tudo bem e tu respondeste-me que sim, contudo, eu sabia que não estavas realmente bem. Passado mais um pouco fiz-te a mesma pergunta e tu deste-me a mesma resposta que tinhas dado anteriormente. Eu sabia que não me irias dizer o que se passava, não naquele momento e também não queria insistir muito para não te chatear, então, não voltei a falar nesse assunto. Eu sabia que no dia seguinte me irias dizer o que se passava, por isso, fiquei mais calma.
Continuamos a conversar até que dissemos que nos amávamos e adormecemos nos braços um do outro.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

O Guitarrista- Parte 10

Não conhecias o número da pessoa que te estava a ligar, mas atendeste na mesma. Ao início ficaste muito calado, depois olhaste para mim e começaste a sorrir. Não consegui perceber muito bem com que estavas a falar porque não conseguia ouvir a pessoa que estava do outro lado do telemóvel e tu também só dizias sim ou não. Quando desligaste deste-me a mão e disseste que me amavas. Disse que também te amava, no entanto, queria muito saber com quem tinhas estado a falar porque estava curiosa, por isso, perguntei-te isso mesmo. Respondeste-me que tinhas estado a falar com o meu amigo que tem uma banda e que ele te tinha pedido para ires tocar com eles. Olhei para ti a sorrir e queria dizer alguma, porém não consegui dizer uma única palavra porque o teu sorriso conseguiu deixar-me sem palavras. Eu sabia que estavas feliz e isso para mim bastava. Pensei também em ligar mais tarde ao meu amigo a agradecer-lhe por ter falado contigo e por te ter dito logo para ires tocar com eles. Ele podia ligar-te mais tarde ou até querer ouvir-te primeiro a tocar, contudo, convidou-te logo para te juntares a banda e eu tinha que lhe agradecer por tudo isso. Durante o almoço estivemos a falar sobretudo da conversa que tinhas tido com o meu amigo e sobre o que ele te tinha dito. Tinhas de ir no dia seguinte ter com ele e com os restantes membros para que te ouvissem a tocar e para que pudesses também conhecer melhor as pessoas com quem irias começar a tocar. Depois de acabarmos de almoçar pedimos a conta, pagámos e saímos do restaurante. Quando estávamos na rua perguntei-te o quê que querias fazer e tu disseste-me que não irias dizer o quê que querias fazer porque achavas que eu iria achar que era uma ideia um pouco absurda. Comecei a rir e disse-te que sabia que nunca me dirias nada absurdo. Quando te disse aquilo ficaste um pouco mais confiante e disseste-me que já não precisavas mais de tocar na rua para ganhar dinheiro, visto que, agora tinhas um trabalho, no entanto, gostavas de dar um último concerto para maravilhar as pessoas que te tinham ouvido durante aquele tempo em que tinhas estado desempregado e que também te ajudaram em questões monetárias dando-te dinheiro por gostarem da tua música. Olhei para ti com os olhos a brilhar e tive a certeza de que nunca conheceria ninguém com tão bom coração e tão genuíno e humilde como tu. Senti-me muito sortuda por poder ter um ser humano tão incrível como tu na minha vida. Tirei-te a guitarra e comecei a andar apressadamente para o sítio onde nos tínhamos conhecido. Ainda parado no mesmo sítio chamaste-me e eu olhei para trás. Estávamos a uma certa distância e tu falaste um pouco alto para que eu te ouvisse "o quê que estás a fazer?". Aproximei-me de ti, respondi "anda, vais tocar para aquela gente toda", dei-te um beijo e agarrei-te na mão levando-te para o local onde te tinha visto pela primeira vez. 

terça-feira, 6 de agosto de 2019

O Guitarrista- Parte 9

Depois de nos vestirmos fomos para a cozinha e tomámos o pequeno-almoço juntos. No fim, disseste-me que não podias passar o dia todo comigo porque tinhas de ir tocar para a rua para poder ganhar algum dinheiro e eu disse-te que compreendia e que depois ainda te ia ouvir tocar um bocadinho. Antes de saíres de casa deste-me um beijo e disseste que me amavas e eu retribui-te o "amo-te" a sorrir como uma autêntica criança. Depois de lavar a pouca louça que tínhamos usado ao pequeno-almoço peguei no telemóvel e marquei o número de um amigo meu, um daqueles que tinha uma banda. Ele atendeu ao primeiro toque e depois de uma longa conversa sobre diversos assuntos falei-lhe de ti. Comecei por lhe contar como te tinha conhecido e depois relatei-lhe a tua história, que tinhas ficado sem trabalho e disse-lhe também qual tinha sido o motivo de teres sido despedido, não fosse ele pensar que eras um incompetente qualquer que não queria apenas trabalhar. No fim, acabei por lhe dizer que gostava imenso de ti e que lhe queria pedir um favor. Ele perguntou-me imediatamente que favor era esse e eu respondi-lhe dizendo que sabia que a banda dele andava à procura de um guitarrista e perguntei-lhe se te podia telefonar para marcar uma reunião. Ele disse-me que iria falar com os outros membros da banda e que depois me diria alguma coisa, porém acabou por dizer que iria fazer os possíveis para me ajudar. Agradeci-lhe e desliguei o telemóvel. Como não estavas em casa e eu não tinha nada para fazer decidi pegar num livro e ler um bocado, visto que, já não li à imenso tempo. Ler sempre foi uma das minhas maiores paixões, no entanto, deixei a leitura um pouco de parte por causa de falta de tempo livre. Passava a maior parte dos dias a trabalhar e quando chegava a casa ia logo preparar o jantar e depois deitava-me para poder descansar para o dia seguinte. Nos dias em que estava de folga não tinha de me preocupar com o trabalho, contudo, tinha de arrumar a casa ou ir ás compras, por isso, aquele pouco tempo que estive com um livro nas mãos soube-me pela vida.
Estive a ler durante mais de uma hora e quando olhei para o relógio já era quase hora de almoço, então, fui buscar a minha carteira ao quarto e saí de casa para te ir ouvir tocar e para te convidar para almoçar. Não te liguei a perguntar onde estavas, mas algo me disse que estavas no sítio onde nos tínhamos conhecido, por isso, não fiquei muito surpreendida quando te encontrei lá. Quando me viste começaste logo a sorrir e as pessoas que te estavam a ouvir aperceberam-se imediatamente de que existia algo entre nós. No fim da música pousaste a guitarra, agradeceste a quem lá estava e vieste ter comigo. Primeiro disseste-me que estavas feliz por eu ter ido ver-te e de seguida perguntaste-me se queria ir almoçar contigo. Disse-te que tinha dito que ia ver-te, por isso, não podia deixar de ir e que também tinha ido lá para te perguntar se querias ir almoçar. Começamos a rir no meio da rua quando nos apercebemos da situação do almoço e depois de arrumares as coisas fomos a um restaurante. Sentámo-nos, vimos o menu e pedimos, tudo isto num espaço de menos de dez minutos. E enquanto estávamos à espera dos nossos pedidos o teu telemóvel começou a tocar...