Acordei às dez horas, no entanto, já não estavas na cama. Não fiquei logo preocupada porque pensei que estivesses na casa de banho ou então na cozinha a preparar o pequeno-almoço como já tinhas feito, só fiquei preocupada quando te chamei e não obtive resposta. Levantei-me, procurei-te por toda a casa e nada. Não estavas em lado nenhum, não tinhas deixado um bilhete e também não tinha nenhuma mensagem tua no telemóvel. Liguei-te uma, duas e três vezes e continuava sem saber do teu paradeiro. Sentei-me na cama, fechei os olhos e de repente lembrei-me de uma coisa. No dia anterior tu tinhas estado a falar com o meu amigo da banda e ele tinha-te dito para ires ter com ele hoje, por isso, peguei no telemóvel, procurei o número dele e liguei-lhe. Ele atendeu ao segundo toque, perguntou-me se estava tudo bem e eu respondi-lhe que não. Antes de ele dizer mais alguma coisa eu perguntei-lhe logo se tu tinhas ido ter com ele e a resposta que recebi foi: "ele devia ter vindo ter comigo às nove, porém ainda não apareceu aqui ninguém".
Naquele momento o meu mundo desabou, deixei cair o telemóvel no chão sem sequer desligar a chamada e comecei a chorar compulsivamente.
Voltei a ligar-te mais umas quantas vezes e continuava sem respostas.
Eu já tinha reparado na noite anterior que se passava alguma coisa, no entanto, não quis tocar mais no assunto para não te chatear. Tu não estavas bem e eu devia ter insistido contigo para saber o que se passava, mas não o fiz. Naquele momento, sentada na cama com as lágrimas a escorrerem pela minha face percebi que não ias voltar e senti uma dor enorme no peito.
Mesmo sabendo que não ias voltar ainda tinha um pouco de esperança, por isso, fui tomar um banho rápido, vesti-me e saí de casa. Comecei a caminhar pelas ruas de Lisboa e fiquei bastante desanimada quando cheguei ao sítio onde nos tínhamos conhecido e não te vi lá. Caiu-me a ficha mais uma vez e a esperança que me restava desvaneceu-se por completo. Voltei para casa e passei o dia todo na cama a dormir, ou melhor, a tentar. Só conseguia pensar em ti, na razão pela qual me tinhas abandonado daquela maneira e o porquê de não me teres dito o que se passava. Estava completamente devastada, contudo, senti que ainda te voltaria a ver e passado uma semana isso tornou-se numa certeza.
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