terça-feira, 9 de julho de 2019
O Guitarrista- Parte 3
Entrámos em minha casa e disse-te para ficares à vontade enquanto eu ia trocar de roupa. Sentaste-te no sofá ainda um pouco envergonhado e eu dirigi-me ao quarto para vestir algo mais confortável. Quando cheguei ao quarto pousei a mala em cima da cama, comecei a tirar a roupa e depois sentei-me na cama indecisa em relação ao que ia vestir. Estava num impasse, se vestisse o pijama iria ficar com um ar demasiado "confortável", se é que isto faz sentido e por outro lado, se vestisse uma roupa mais "formal" iria parecer que trocar de roupa teria sido uma ação completamente desnecessária, visto que, iria parecer exatamente igual a antes de trocar de roupa. Depois de alguns momentos de deliberação, optei por umas leggings pretas e uma t-shirt branca que tinha estampada uma frase inspiradora em inglês. Quando voltei para a sala vi que estavas exatamente no mesmo lugar sem te mexeres, até parecia que estavas num espaço onde existem aqueles sinais a dizer: "proibido entrar". Perguntei-te se querias beber alguma coisa e disseste que estavas bem assim. Fui-me sentar ao teu lado e fiquei a olhar pela janela para as luzes das outras casas que ainda se encontravam acesas. Fiquei a pensar no quê que as outras pessoas estariam a fazer àquela hora da noite e depois cheguei à conclusão que isso não me dizia respeito e para além do mais, eu estava naquele exato momento sentada ao lado de uma pessoa que tinha conhecido à menos de um dia. Quem soubesse disso diria que eu estava completamente fora de mim, no entanto, eu sentia que conhecia aquele rapaz desde sempre e confiava plenamente nele. Sei que parece estranho estar a dizer isto, mas aquele rapaz dava-me confiança para ser eu própria com ele, coisa que raramente acontecia e muito menos numa espécie de "primeiro encontro" ou lá o que aquilo era. Confesso que não sabia muito bem o quê que se estava a passar entre nós, porém não queria procurar as respostas, queria apenas viver o momento sem ter de me preocupar com o amanhã mesmo que o amanhã fosse um dia de trabalho e eu devesse estar já a dormir. Sabia perfeitamente que ainda não conhecia a cem por cento a pessoa que estava sentada ao meu lado no sofá da minha casa, contudo, sabia que estava a gostar de a conhecer e nada mais importava. Sempre fui uma daquelas pessoas que vive o dia de hoje a pensar no de amanhã, no entanto, naquele momento não queria saber do futuro, mas sim do presente.
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