quinta-feira, 11 de julho de 2019

O Guitarrista- Parte 4

Quando me apercebi que estava tão focada nos meus pensamentos olhei para ti e tu já estavas a olhar para mim. Perguntei-te o quê que querias fazer e tu disseste-me que podíamos fazer aquilo que eu quisesse. A tua resposta agradou-me porque eu já tinha uma ideia em mente. Pedi-te para tocares guitarra só para mim e não hesitaste em fazê-lo. Encostei-me ao sofá e fiquei a ver-te tocar. Levantei-me por uns segundos para apagar a luz e voltei para o sofá onde tu estavas iluminado pelo luar. Estava a observar cada movimento dos teus dedos a passarem pelas cordas do instrumento que seguravas, mas rapidamente o meu olhar se centrou noutro sítio. Quando dei por mim os meus olhos estavam fixos no teu rosto, mais especificamente nos teus lábios e nem sequer me apercebi que tinhas parado de tocar. Agora a sala estava silenciosa. Estávamos a olhar um para o outro com os olhos a piscar, tu sorriste, eu mordi o lábio inferior e a única coisa de que me lembro depois disso é de sentir os teus lábios nos meus. Senti a tua mão na minha cara, os teus lábios a beijarem os meus e senti-te a puxares-me para ti. Só nesse momento é que me apercebi que tinha estado a noite toda à espera daquele momento. Beijaste-me com muita mais intensidade e aí eu tive de descolar os meus lábios dos teus para olhar para ti porque sentia-me tão feliz que tinha de olhar para os teus olhos e perceber se eles estavam ou não a brilhar tanto como os meus. Reparei que eles estavam a brilhar com se fossem estrelas, mas não percebeste a minha intenção e começaste a pegar atabalhoadamente nas tuas coisas e a pedir desculpa incessantemente porque pensaste que eu não queria que me continuasses a beijar. Fiquei a olhar para ti e a ouvir os teus pedidos de desculpa sem saber muito bem o quê que se estava a passar até que te perguntei o quê que estavas a fazer e tu respondeste-me de forma apressada "desculpa, desculpa...tenho de ir embora..." e saíste do meu apartamento sem dizer mais nada. Fiquei sentada onde estava a pensar no quê que se tinha acabado de passar e no porquê de teres tido aquela atitude, porém liguei o telemóvel e vi que já passava das duas da manhã, por isso, fui-me deitar. Quando cheguei ao quarto e deitei a cabeça na almofada só consegui pensar ti. Tudo estava a correr bem, no entanto, foste-te embora sem me dar uma única explicação e deixando-me apenas com a companhia de todas as minhas dúvidas. Já era tarde e no dia seguinte tinha de ir trabalhar, por isso, tentei colocar os pensamentos de parte e adormecer, mas sem nunca deixar de acreditar que no dia seguinte te iria encontrar e iria obter as respostas às minhas perguntas. 

Sem comentários:

Enviar um comentário